O que mudou nas valuations das startups de 2022 até aqui?
Valuations, 80/20, fundraising, e o tubarão no tanque de acrílico
"O trabalho ganha um novo significado quando você sente que está no caminho certo. Do contrário, é só um emprego, e a vida é muito curta para isso."
- Tim Cook
1. Valuations
O cenário de investimentos em startups de early stage (pré-Seed ao Série A) é dinâmico e complexo, com diferentes fundos praticando faixas de valuation que podem variar consideravelmente. Nos últimos dois anos, as valuations nesse segmento permaneceram relativamente estáveis, mas o perfil dos investidores mudou significativamente. Startups que em 2021, por exemplo, teriam atraído o interesse de fundos que tradicionalmente oferecem valuations mais elevadas, agora podem encontrar um cenário mais desafiador.
Os fatores que influenciam a valuation:
a) (Percepção do) potencial e risco da startup: Startups pré-operacionais ou com dados limitados podem ter valuations que variam de R$1 milhão a mais de US$10 milhões. Essa discrepância brutal é justificada por fatores como o histórico da equipe fundadora, o tamanho do mercado e do modelo de negócio, e a capacidade de contar uma história convincente (storytelling).
b) Nicho e regionalidade: Fundos com foco em nichos específicos ou com atuação regionalizada tendem a oferecer valuations menores. Já fundos maiores e com alcance internacional geralmente praticam valuations mais elevadas, devido ao seu acesso a deals de alto potencial e à expectativa de retornos significativos.
Resumo da ópera: o founder de hoje precisa conversar com um número muito maior de investidores e estar disposto a se encaixar naquilo que fundos menos experientes ou menores costumam oferecer. O extremo desta dinâmica é o CVC (corporate venture capital), que oferece um pacote completamente diferente dos VCs tradicionais.
Gravei um pequeno vídeo sobre minha leitura sobre a movimentação das valuations nestes últimos 2 anos:
2. 80/20 em venture capital
No mundo acelerado do Venture Capital, onde o tempo e os recursos são preciosos, o Princípio de Pareto (regra 80/20) é uma ferramenta poderosa para filtrar e otimizar a análise de deals.
A primeira análise costuma ser superficial: VCs aplicam o Pareto para analisar rapidamente um grande volume de deals, focando nos 20% que apresentam maior potencial de acordo com seus critérios de investimento. Em 80% das vezes, esses critérios costumam ser: (1) histórico e credenciais da equipe fundadora, (2) modelo de negócio, (3) tamanho de mercado.
Dica óbvia: deixe estes pontos evidentes na sua comunicação com o investidor, desde a mensagem de apresentação no WhatsApp ou email, até o pitch deck, passando por blurb e one pager.
3. Vamos falar (profundamente) sobre fundraising?
Quem me conhece sabe o quão vivo eu me sinto quando estou ensinando ou mentorando. É vocacional pra mim. Por isso, dia 19/3 começo minha terceira turma de mentoria focada em fundraising: do VC para founders do pré-Seed ao Série A. Confere lá e recomenda para aquele amigo ou amiga que está empreendendo. Te prometo economizar 1 ano de conversas e tentativas frustradas com o mercado.
O primeiro lote fecha dia 29/2.
https://jornadafundraising.com.br/
Vamos?
Finalizo com um pouco de provocação e arte. Porque sem arte a vida seria muito chata. Imagina se levássemos tudo muito a sério, sempre?
Obrigado por me acompanhar e let's hike!
Alex
"A arte deve confortar os aflitos e perturbar os acomodados."
— Dr. César A. Cruz