Créditos de carbono no Brasil: Eu investiria meu próprio dinheiro
Ontem, conversei com um investidor focado em climate tech e, mais uma vez, me empolguei com o setor. Gerar retornos financeiros e salvar o planeta são objetivos que conectam com meu cérebro e coração, então eu passei algumas horas compreendendo melhor esse espaço incrivelmente promissor e de alto impacto.
Em particular, meus olhos brilharam com o potencial dos créditos de carbono em nossa região. Você provavelmente já ouviu falar que os créditos de carbono são o futuro e que a América Latina e o Brasil, em particular, têm um enorme potencial para isso. Se esse for o caso, a tecnologia limpa e os créditos de carbono podem elevar a relevância e o impacto positivo do Brasil no mundo? Eu acredito que sim e acabei de preparar um download básico sobre o tema.
O que são créditos de carbono?
Os créditos de carbono são um tipo de papel negociável que permite que organizações e países compensem suas emissões de gases de efeito estufa investindo em projetos de redução de carbono. Nos últimos anos, o Brasil emergiu como um importante jogador no mercado global de créditos de carbono graças às suas extensas áreas de florestas e ao compromisso de reduzir as taxas de desmatamento.
Potencial do Brasil
O Brasil é lar da maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, que cobre cerca de 60% do país. As taxas de desmatamento na Amazônia são um problema importante com políticas e suas aplicações variando de acordo com o foco e filosofia do governo federal. No entanto, com sua abundância de terra, o Brasil se tornou um dos principais produtores mundiais de créditos de carbono, com o potencial de gerar bilhões de dólares em receita. Mais especificamente, segundo o governo brasileiro, os projetos de conservação florestal do país têm o potencial de gerar até US $ 10 bilhões por ano em receita de créditos de carbono.
Quem compra?
Um dos principais impulsionadores da demanda por créditos de carbono no Brasil é a União Europeia, que permite que empresas europeias compensem suas emissões comprando créditos de projetos elegíveis. Os projetos de conservação florestal do Brasil, que evitam o desmatamento e promovem o reflorestamento, estão entre os tipos mais populares de créditos de carbono no mercado da UE. Em 2020, os projetos brasileiros venderam 27 milhões de créditos de carbono para a UE, gerando cerca de US $ 500 milhões em receita. Outros países, como China e Estados Unidos, também estão emergindo como compradores significativos de créditos de carbono brasileiros.
Quanto custa?
O preço dos créditos de carbono pode variar amplamente dependendo das condições de mercado e do tipo de projeto. Projetos de conservação florestal, que são o tipo mais comum de projeto de crédito de carbono no Brasil, geralmente são vendidos por cerca de US $ 5 a US $ 10 por tonelada de dióxido de carbono neutralizado. No entanto, os preços podem ser mais altos para projetos que têm benefícios adicionais, como a promoção da biodiversidade ou a provisão de benefícios econômicos para as comunidades locais.
Benefícios locais
Os potenciais benefícios dos créditos de carbono no Brasil são muitos. Em primeiro lugar, os créditos de carbono fornecem um incentivo financeiro para a conservação florestal e o reflorestamento, o que pode ajudar a reduzir as taxas de desmatamento e proteger a biodiversidade. Os créditos de carbono também podem fornecer uma fonte de renda para as comunidades locais, que podem vender seus créditos de carbono para gerar receita.
Além disso, os créditos de carbono podem ajudar o Brasil a atender suas metas climáticas no âmbito do Acordo de Paris. O Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025, em comparação com os níveis de 2005, e os créditos de carbono podem desempenhar um papel importante na consecução dessa meta. Ao gerar créditos de carbono, o Brasil pode compensar algumas de suas próprias emissões, ao mesmo tempo em que ajuda outros países a atingir suas metas de emissões por meio da compra de créditos.
Desafios
Apesar dos benefícios potenciais, também existem desafios associados aos créditos de carbono no Brasil. Um dos principais problemas é o risco de fraude e contagem dupla, que pode ocorrer quando várias partes reivindicam o mesmo crédito de carbono. Regulação (e a aplicação dela) aqui é importante, porém é ainda bastante prematuro. Além disso, há o risco de que os créditos de carbono possam ser usados como substituto de ações climáticas mais abrangentes, como a redução do uso de combustíveis fósseis e a promoção de energias renováveis.
Eu investiria meu próprio dinheiro
Em geral, os créditos de carbono têm o potencial de fornecer benefícios econômicos e ambientais significativos no Brasil. Climate tech e a clean tech são tendências de investimento importantes e eu pessoalmente sou extremamente otimista, o que significa que eu apostaria meu próprio dinheiro nisso: além de acreditar que vou gerar fortes retornos financeiros, adoro ver a implantação de capital para a criação de valor compartilhado. Eu vejo cada vez mais capital dedicado chegando à região e startups como a Mombak e a Musa são exemplos inspiradores de startups com foco no clima.